domingo, 29 de maio de 2011
o pão transcendente que se oculta nas dobras das tripas do que ainda não provei
os livros que não li e que li,
permanecem quietos e em ebulição nas carnes das mãos do destempo que traz e leva os pássaros
Nesse nome que tenho moro e não moro, minha casa é a imensidão e o cantinho da saleta
onde minha avó guardava os cristais
Os sabores e os gatos vinham da cozinha,
do fogão milenar que fritou e assou nosso futuro,
nossas lágrimas que um dia rolariam pós a partida
de nossa mãe e de nossa avó
Roubo do passado um pedaço de bolo,
um naco de queijo, algumas folhas de alface,
o pão transcendente que se oculta nas dobras
das tripas do que ainda não provei
E quem sou para fica rabiscando na atmosfera
as coisas íntimas de nossas vivencias,
com que direito faço isso?
O frio do quase findo mês de maio passeia
por essa casa que no dia de hoje
apenas meu solene corpo habita
(edu planchêz)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário