segunda-feira, 11 de julho de 2011

eclipse, na totalidade da alma e do corpo


eclipse, na totalidade da alma e do corpo,
revolvendo terras e outros entulhos,
os carvões do que há muito foram incenerados

cinza e tremores, de paixões opacas ou mal calculadas
( e há como se calcular paixões?)

esse ser arrebatador que sou enlouquece num corpo,
numa jóia fêmea,
e treme mesmo, sem culpas, mas com dores, encantos
e reflexos de medos

por horas me escondi no sono,
nas carolhas da flor dos que dormem,
quis diluir as monções e os barcos,
os ventanias do novo e do ancestral

continuo montado na flecha do sabor,
nas cochas da dama elevada,
atriz de nenhum papel

sou o homem que não passa,
único no mundo, deixo e levo saudades,
cultuo beijos e marcas,
lençóis terrenos, perfumes e cabelos

eu choro por não te ter, falo comigo,
falo com ela, falo com você

(edu planchêz)


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