terça-feira, 21 de junho de 2011

mendigando amor


Eu, homem falho, sem carater, égo ferido, o ex-dono do mundo,um sem nada vagando pelas ruas pretas do absurdo, pelos podres céus da guerra nojenta; sou um sem nada, um réles pé-de-chinelos mendigando amor de quem não possue ( no meu entender) amor, de quem nunca tentou ler Fernando Pessoa ( me expliquem, por favor, como se pode viver sem as armas desse farol vibratório?)

Nada entendo diante da alma humana sem alma, alma de televisão, alma de compra e venda, alma sem água e sem carvão, sem o fogo dos capitães dos paises submersos
Eu vivo nessa Terra, mas essa Terra não vive em mim, falo da Terra que se mascara por trás das vitrines que exibem corpos artificiais, mulheres e homens de borracha prenuncio do fim
Esse não é o mundo dos meus pares, dos meus irmãos e irmãs maiores

Mulheres miojo, homens barbeadores, crianças de isopor...
Digam à todos que morri, que não faço mais parte dessa civilização,que me enterrei no beira de um rio medieval, na cratéra de um vulcão ativo, nos ossos de um monstro marinho
Esse poema não tem futuro, não quer futuro, não deseja o bem de ninguém, ele é cru, rascante, sem nenhum arco-íris

Esse poema é o fim, a destruição dos moínhos e seus inventores, as moedas que compram a morte, o término de tudo
Não abandono esse corpo no dia de hoje porque compreendo que não o devo
Minha alma está ferida, meu coração apunhalado por você e por todos
Mas sou as petalas da flor de lótus, página virada.

(edu planchêz)

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