terça-feira, 28 de junho de 2011
Quase nenhuma cor floreia a nossa sombra nesses anéis de chuva
Quase nenhuma cor floreia a nossa sombra nesses anéis de chuva,
nesses armazéns de possibilidades,
nessa carta escrita ao zelo, a vaidade,
a tua dignidade de nada e tudo querer
Vem ao centro da minha criatura comer
Vem ao extremo do que nunca e do que sempre fui e não fui
Venha com as clavas de Homero,
com o fogo do não, com a água do sim
E eu não penso quando escrevo porque encarno o que é automático,
o que é simplesmente o tranfigurar do desejo dos dedos
E essa amplidão há mais, vinda dos tambores das mágicas,
acomoda-se no fundo verdadeiro do homem mulher da mulher homem
E e eu ligo a voz das Divas, das fadas arrastado pelo exército de andorinhas,
pelo séquito de abelhas...
preciso disso e muito mais
Nem amargo, nem doce, um pouco aturdido por ser primavera,
por ser inverno, por ser uma estação comum a todos,
por estar em meio a uma transformação inexplicável com palavras
Sem céu, sem chão, sem carvalhos para trançar meus cabelos,
mas com uma mulher igual e diferente de todas as mulheres me amando
sob um lençol lilaz
Minhas palavras são palavras de um que já não busca,
palavras de um que é símbolo no ventre leitoso das árvores,
um que come arroz com feijão
O poema deve seguir,
encontrar e evitar os que não estão na sintonia de Sírius,
dos que nunca ouviram falar em Irael Luziano,
dos que se abrem para os foguetes do apenas consumir
(edu planchêz)
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