(para um alguém...)
A noiva poesia deslisa na ponta dos pés,
ela está no centro da sala,
no vórtice do meu livre destino,
vem aos poucos se achegando, ela quer colo,
mas na verdade quem mais precisa de colo sou eu
Essa Rainha bem me conhece,
cirandeia comigo desde de remotas existências;
à luz dos olhos dos alheios pouco ou nada ilumina
os que verdadeiramente querem se entranhar
pelas labaredas da terra
Com o corpo de vidro, com a voz de vidro...
permaneço no centro sedento das coisas,
pronto para despedaçar as almas que chegam do sal
com pedaços de frutas
E eu só falo a verdade,
vivo exclusivamente o verídico,
o estável, o movediço e o imóvel
Se há mais mares do que terras,
serei para sempre o peixe voador
que flutua nas alturas do abissal
e apanha com a menina dos olhos
o inteiro e o fragmentado
Mais veloz, menos aterrorizador
por meio dos verbos cheguei até ao lôdo e ao lume,
aos anéis calejados das cascavéis,
a espessura magnanima da anciam secóia
Boabás que me digam o que devo fazer com as horas
do dia eterno sentado espaçadamente
sobre as petalas da violeta de outono,
tenho sono, com os colibrís vou me aninhar
(edu planchêz)
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