quarta-feira, 27 de julho de 2011

o esqueleto de todas mentiras




Remando no oceano de mercúrio metal,
remando na clarividencia das estrelas arrancadas do céu dos meus dentes

Pisoteando todas as filosofias e filósofos
com essas patas que o sono dos símbolos me deram

Vossas teorias, vos digo, cá estão impressas no rolo do papel higiênco
que acabei de usar

Cuspo em vossos santos, e arreganho as pernas para o diabo das maças entrar
Sou mesmo uma pixação de rua cobrindo todo teu corpo de matéria plástica,
roendo o toco, estraçalhando o osso da demência

Então não venha com seus tratados e pensares decorados,
que os trituradores de minhas palavras virulentas
partirão para a descomposição e para decantação,
não haverá mais sal no mar

Vossa casa construída com os tijolos do sempre silêncio,
há de desmoronar diante desses olhos que são os olhos de todos os que vomitam
a vossa civilização moribunda sobre o esqueleto de todas as mentiras

(edu planchêz)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Máh Luporini e Eu...




[Você]
Garota querida, boa tarde brilhante
[Máh Luporini]
boa tarde garoto
[Você]
pessoa exuberante, li o texto q o Joka escreveu sobre "vcs"...fico orgulhoso de vossas beleza
[Máh Luporini]
;)
[Você]
bola de meia, bola de palavras, bola de beijos, bola
minha palavras comuns caminham pelos fios vermelhos de teus cabelos geradores de luas, de cristais atraentes, de sorridentes manhãs de prata
[Máh Luporini]
nesta tarde esta poesia me alegra
[Você]
E Mário Quintana agora em mim serve-te um pessêgo e uma taça de vinho silvestre
Te alegra, princesinha que corre os jardis e ruas desse vale de meus amores?
(n vejo direito o teclado, estou com om a vista meio embaçada, acabei de acorda porque sou coruja e sedutor, astro que te olha com olhos de quase nada]
[Máh Luporini]
rsrsr normal,
alegra sim
[Você]
não passo de espirito brincalhão, creio que tu dovante também, assim vossa pele me revela
(creio)
[Máh Luporini]
sim
[Você]
garota
[Máh Luporini]
diga
[Você]
é só o gostar
coisa boba q quase n cabe mais nas entranhas desse mundo
[Máh Luporini]
disse tudo
[Você]
mas cabe em vc, n duvido
e por não duvidar, derramo essa chuva de vocábulos sobre ti, doce esperaça do hoje e do futuro
[Máh Luporini]
e não duvide, sou a liberdade, sem preconceitos, digo q quero e irei permanecer sempre com essa criança em mim,
e o adultos perdem isso,
levam tudo muito a serio
[Você]
por isso vos admiro e me encanto com tua graciosidade de mulher gentil e talentosa
[Você]
Guardo em meu oratório Budista um vinho Uruguaio para quando vieres a essa terra de Machado de Assis e Mário Lago
[Máh Luporini]
q honra!!!
[Você]
Estou imitando um pouco a forma de vosso pai (Dailor Varela) escrever de propósito...
querida
[Máh Luporini]
rs
to indo !!!
[Você]
aprendi muito com ele
[Máh Luporini]
beijinhos!!
sim é o metsre
[Você]
beijinhos
[Máh Luporini]
mestre
[Você]
vc já se vai, "é o cavalo do zorro, o navio viking" ?
[Máh Luporini]
rsrsr prefiro o zorro
não sou da agua rs
[Você]
citei Zé Ramalho
[Máh Luporini]
talvez tenha passado no vestibular da fatec
tenho q ir lá ver
[Você]
q bom
[Máh Luporini]
e almoçar tb
[Você]
tb
já tenho almoço pronto de ontem,
dormi às 4h,
fico vadiando
[Máh Luporini]
é bom rs
[Você]
Essa ferramenta luminosa é sedutora...
hj vou consegui ver o mar
O mar não é só água
e a água n é só mar
[Máh Luporini]
sim
beijinhos, poeta!
[Você]
beijinhos, garota

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Segundo Wally Salomão




Estrada dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Rio de Janeiro...
eu acordado às três trinta e oito da madrugada,
na degusta do amor solitário,
na degusta da primeira e da última hora de nossas vidas,
de nossas mortes, das distantes e das próximas aventuras

Agora que sou para sempre um espírito brincalhão,
um espantalho em meio a uma plantação de milho e alpiste...
o sorridente arco-íris de possibilidades,
aquela senhora, a mangueira d'água de regar a horta,
a ventania que nos trás as páginas dos livros

Subo nas ramas das ervas
que sobem pelos trocos das árvores
em busca de nada e em busca de tudo
até encontrarem o ninho, ovo, o pássaro,
a noite e o dia do além dia

Escreve é um exercício prazeiroso,
segundo Wally Salomão; é dar cambalhotas,
jogar beijos para siris e para os caranguejos,
rolar nos rolos do ar e vira papel
de fazer pipa e carta de baralho,
cair na água onde nadam as tartarugas
e os peixes de briga,
abri a boca e engolir o horizonte
repleto de flores e aviões

(edu planchêz)

brisa amarela ouro




brisa amarela ouro escorrendo pelas paredes,
por nossas vozes e carnes brancas...
em nossas peles lindas,
em nosso cabelos ornamentais

o homem mais feliz do mundo serpenteia,
é serpente de luzes, sou eu contando as estrelas,
é ela salpicando beijos nos botões de rosas brancas

(edu planchêz)

terça-feira, 19 de julho de 2011

o mistério de sampre andar em direção ao portal do dragão




Resignado( mas não conformado), o homem
caminha em direção ao céu de si mesmo
consciente que suas amáveis vestes
permanecem lavadas pelas águas de seus olhos
no porão do tempo

A febre do gelo o abraçou, ele não esquece,
os ventos da perda beijaram seus pés e veio o sangue...
mas ele viu as violetas e as rosas desse mundo
e do outro acenderem suas elevadas chamas
sob seu peito

Caçador de focas, caçador de avalanches,
caçador de miragens e vasta planícies,
ele, o homem e seu mistério
e o mistério de sempre andar em direção ao portal do dragão

(edu planchêz)

sábado, 16 de julho de 2011

Nenhuma solidão mais me habita



E esse que não sabe viver só,
e esse que fica alucinado e esquece das muitas dimensões,
dos seres intra e ultra terrenos e grita por um alguém

E esse que esquece dos muitos que secam
em solitárias úmidas longe de qualquer claridade,
de olhares e braços estendidos

Resta-me dividir com os insetos e os protozoários as canções
e as letras que apanho ao ocaso nas larguras da minha vaidade

(Vertida seja essa realidade)

Nenhuma solidão mais me habita apartir desse momento,
lembrei, das cores dos mapas
e os rostos de todas as criaturas
que aqui estão e que aqui estiveram,
tudo isso digitadas permanecem nas finas páginas desse órgão pulsante
que nos ampara desde o nascimento do primeiro astro

(edu planchêz)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

sob o rasgo dourado latente entre tuas pernas

(para Maira)
Resto de ruas, pedaço de rochas,
lascas de um algo vindo das estrelas esmeraldas...
passaram a ser meus ossos, pêlos, hemácias, espematozóides...
a arte que concebo sob os andares gostosos de teus seios,
das atlânticas mediterrâneas correntes cavadas
sob o rasgo dourado latente entre tuas pernas

(edu planchêz)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Uma manhã como outra qualquer...


Uma manhã como outra qualquer...
uma manhã como outra qualquer?
Salta dos alto falantes floridos
a menina sacerdotisa Billie Holiday

(aprendi amá-la com a mãe de meu filho Ícaro Odin) nas quentes tarde do Bairro de Fátima,
nas narcóticas viradas de noites
daqueles anos admiráveis


Hoje aqui no leste norte oeste da cidade
em que nasci
coleciono choros e sambas canções numa manhã como outra qualquer?
Falo de cavalos brancos para os meus sonhos
continuidade
dos sonhos que trago da infância
onde buscava nas juritis das asas cinzentas

o amor que busco hoje nas mulheres e nos céus


Mas na real esse amor está em mim,
nas minhas costas e braços,

nos cadaços de meus atuais sapatos,
nas linhas das costuras de minhas camisas

(edu planchêz)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

estâncias mágicas


não nego os matemáticos,
mas se afaste com seus cálculos emotivos,
com suas medidas não poéticas,

longe fico dos que medem
palmo à palmo quantas línguas cabem em sua boca


queimo feito casca de tangerina espremida diante uma chama,
mas queimo porque não me guardei,

porque deixei que visse todos os meus órgãos,
gotejasse com lágrimas cada gota de sangue

claro que dói,
que atravessada por arpões fica minha alma passarinha

mas não me escondi da existência,
das estâncias mágicas,

das pepitas realçadas sobre nossos corpos pelos carinhos

das mãos da princesa noite

(edu planchêz)

eclipse, na totalidade da alma e do corpo


eclipse, na totalidade da alma e do corpo,
revolvendo terras e outros entulhos,
os carvões do que há muito foram incenerados

cinza e tremores, de paixões opacas ou mal calculadas
( e há como se calcular paixões?)

esse ser arrebatador que sou enlouquece num corpo,
numa jóia fêmea,
e treme mesmo, sem culpas, mas com dores, encantos
e reflexos de medos

por horas me escondi no sono,
nas carolhas da flor dos que dormem,
quis diluir as monções e os barcos,
os ventanias do novo e do ancestral

continuo montado na flecha do sabor,
nas cochas da dama elevada,
atriz de nenhum papel

sou o homem que não passa,
único no mundo, deixo e levo saudades,
cultuo beijos e marcas,
lençóis terrenos, perfumes e cabelos

eu choro por não te ter, falo comigo,
falo com ela, falo com você

(edu planchêz)


domingo, 10 de julho de 2011

genitália douradas

(à Alyne Brito)

Somos somente genitália douradas espalhadas
pelas luzes nós
Adoro aquela que me disse isso plena de entusiasmos,
plena de eflúvios da carta das estrelas

Fico arrepiado quando penso nela,
uma eletricidade percorre toda as modelagens da espinha
e eu fico parindo mares e peixes e luas lascadas pelo grelo
,
e longas línguas de marrom gracê

(edu planchêz)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

rio de janeiro gelado




na manhã de sábado o celular me acorda, me irrito com o escandolo do parelho, mas com o canto dos pássaros de Jacarepaguá e já me recupero... tanta dança, tanta ponta ponta de sono, árvores e ruas junho gelado, rio de janeiro gelado, tudo azul cru, carismaticamente cru (edu planchêz)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Escrevo assim tão lindo por ser lindo







No quênio do Monte Negro o frio vindo do frio
esculpe com seus cristais figuras que pulam para fora dos livros do meu irmão Jorge Luiz Borges e sobem nos móveis de minha simples casa usando as costuras de minha calça

Tudo tão lindo,
os rios que nos trazem o inverno

movem-se nas moléculas da água,
nas moléculas dos meus olhos de lágrimas

Eu amo e amo sublime porque o sublime
nos amparam
com suas flores de calor

Escrevo assim tão lindo por ser lindo,

polem nas patas da abelha,

néctar de nuvem esvoaçando
nos fios queridos de teus cabelos


(edu planchêz)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

corto o corpo da palavra



Corto o corpo da palavra gelo com o corpo da palavra gelo
e me ponho a bordo em um iglu virado de cabeça para baixo num oceano de neve

Num cubo de gelo, num cubo, num quadrado
Emergido no clarão interno,
nas cabeças das raizes de tudo que me fez essa pessoa,
esse amante, esse corpo celeste terrreno, esse poeta cantor,
esse homem por muitas vezes inseguro

Varrerei do rosto as sombras vindas de minhas próprias sombras
Varreirei das pernas as inúteis terras, a dor e a vingança

Num pedaço de ferro, num campo elétrico, nos arames que nos ligam
Com tampa, sem tampa, "agarrado na cintura da eterna namorada"

(edu planchêz)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

pêssegos e uvas


Morando numa vila, entre pessoas simples, todas as pessoas são simples e complexas A vila é uma pessoa, um ser onde nós formigas patinamos durante nossos banhos para nos vemos nos espelhos das poças d'água das chuvas de pêssegos e uvas (edu planchez)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Agora aquelas pessoas são lembranças, cinzas espalhadas na terra e em meus olhos


Dores...de ver imagens em movimento dos que da minha vida partiram,
foram folhas simples carregadas pelo vento amores muito queridos

O vento levou essas pessoas como um dia também me levará:
era uma vez, um estalo de dedos,um piscar de olhos

Assim sempre foi, ela, ele...
apagou-se das chamas desse mundo e eu nada sei,
e ficou a saudade, o vazio, o que não volta,
o que tornou-se pontos pendidos nas dimensões desse papel,
dessa tela branca agora sem suas vozes

Houveram mortes, e quem sou para conviver...para compreende-las?
Agora aquelas pessoas são lembranças,
cinzas espalhadas na terra e em meus olhos

(edu planchêz)

Quase nenhuma cor floreia a nossa sombra nesses anéis de chuva


Quase nenhuma cor floreia a nossa sombra nesses anéis de chuva,
nesses armazéns de possibilidades,
nessa carta escrita ao zelo, a vaidade,
a tua dignidade de nada e tudo querer

Vem ao centro da minha criatura comer
Vem ao extremo do que nunca e do que sempre fui e não fui
Venha com as clavas de Homero,
com o fogo do não, com a água do sim

E eu não penso quando escrevo porque encarno o que é automático,
o que é simplesmente o tranfigurar do desejo dos dedos
E essa amplidão há mais, vinda dos tambores das mágicas,
acomoda-se no fundo verdadeiro do homem mulher da mulher homem

E e eu ligo a voz das Divas, das fadas arrastado pelo exército de andorinhas,
pelo séquito de abelhas...
preciso disso e muito mais

Nem amargo, nem doce, um pouco aturdido por ser primavera,
por ser inverno, por ser uma estação comum a todos,
por estar em meio a uma transformação inexplicável com palavras

Sem céu, sem chão, sem carvalhos para trançar meus cabelos,
mas com uma mulher igual e diferente de todas as mulheres me amando
sob um lençol lilaz

Minhas palavras são palavras de um que já não busca,
palavras de um que é símbolo no ventre leitoso das árvores,
um que come arroz com feijão

O poema deve seguir,
encontrar e evitar os que não estão na sintonia de Sírius,
dos que nunca ouviram falar em Irael Luziano,
dos que se abrem para os foguetes do apenas consumir

(edu planchêz)

No livro tirado de dentro do pão


No livro tirado de dentro do pão escrevo
o que você nunca vai ler,ou vai ler,
se mergulhares no fogo que gerou a mão e o pão...
o que poderei responder? O que nunca responderei?

O estranho, o estranho, o estar bem no fundo,
na superfície, no grão, no gral da velocidade dos pés
ao esperimentar o contato com o chão da cidade,
a cidade é a cidade física habitada por mim e por você,
a cidade "deserta" relatada por john rulfo, a cidade desenho-sangue-gelo...
de Gabriel Garcia Marques, Rubem Fonseca, Gonçalves Dias...
E vou mais além, menos aquém e te convido para o banquete da mente

(edu planchêz)

A cara torta do homem e da mulher


"A mulher goza mais do que o homem é porque o homem é o senhor e o escravo do orgasmo" ( Caetano Veloso)


A cara torta do homem e da mulher,
seres mais que perfeitos,
seres que se encaixam nas fatias do sol-lua
seres que se encaixam

Eu amo, e esse amar ultrapassa os liâmes,
chega na planície de Sonora, na gélida Luna Amarela,
em Galápago, nas pedras e nos ídolos de pedras

Se não há fim, a poesia caminha
por entre os paralelos do meio das pernas dela,
nas sedas do pescoço, sobre teus seios tão meus

(edu planchêz)

domingo, 26 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

antes da margem direita da palavra cama















( para Renata Ferri)


solto meus cabelos de palavras,
solto as palavras,

solto minhas mãos sobre tuas mãos de fazer doces e canções,

solto a cabeça e abro a porta


sobre uma pedra,
sobre um olho agulha de gelo,

sobre as razões que a centelha
conhece e desconhece


ela do meu lado, eu do lado dela,
eu dentro dela atracando meus barcos e libélulas,
raízes e flores de lótus


uma rosa, duas rosas,
um trono de marfim para ela e para mim


uma Terra, uma estrela de brinquedo brilhando
no céu de brinquedo,

bem de dia, bem cedo,
antes da margem direita da palavra cama nos abraçar

(edu planchêz)

quis morrer e morri... pedaços do antigo flutuam Enquanto isso, vou aturando esses seres descartáveis descompromissados com a existência, com o sagrado

(edu planchêz)


terça-feira, 21 de junho de 2011

mendigando amor


Eu, homem falho, sem carater, égo ferido, o ex-dono do mundo,um sem nada vagando pelas ruas pretas do absurdo, pelos podres céus da guerra nojenta; sou um sem nada, um réles pé-de-chinelos mendigando amor de quem não possue ( no meu entender) amor, de quem nunca tentou ler Fernando Pessoa ( me expliquem, por favor, como se pode viver sem as armas desse farol vibratório?)

Nada entendo diante da alma humana sem alma, alma de televisão, alma de compra e venda, alma sem água e sem carvão, sem o fogo dos capitães dos paises submersos
Eu vivo nessa Terra, mas essa Terra não vive em mim, falo da Terra que se mascara por trás das vitrines que exibem corpos artificiais, mulheres e homens de borracha prenuncio do fim
Esse não é o mundo dos meus pares, dos meus irmãos e irmãs maiores

Mulheres miojo, homens barbeadores, crianças de isopor...
Digam à todos que morri, que não faço mais parte dessa civilização,que me enterrei no beira de um rio medieval, na cratéra de um vulcão ativo, nos ossos de um monstro marinho
Esse poema não tem futuro, não quer futuro, não deseja o bem de ninguém, ele é cru, rascante, sem nenhum arco-íris

Esse poema é o fim, a destruição dos moínhos e seus inventores, as moedas que compram a morte, o término de tudo
Não abandono esse corpo no dia de hoje porque compreendo que não o devo
Minha alma está ferida, meu coração apunhalado por você e por todos
Mas sou as petalas da flor de lótus, página virada.

(edu planchêz)

sábado, 18 de junho de 2011

Não sei da onde vem, mas sei porque vem...



Não sei da onde você vem,
mas sei porque vem...

sei que contarás com a ponta da língua os pêlos do meu peito
e fará dessa festa um círculo noites e manhãs


(edu planchêz)


sexta-feira, 17 de junho de 2011

"O Cavalo pertence à terra como o Dragão ao céu."

"O Cavalo pertence à terra como o Dragão ao céu."

Sendo seta em brasa e gelo, esbarro no mar, nas canções dos mar,
nos peixes ainda meninos que abocanham os poemas que dela me chegam
Sonho saboreando as flores de açúcar que me ofereces vestida de noiva cortesã
Esse é um poema de amor, um poema de existência multiplicada,
uma ode ao que há de mais sublime sobre os dedos de nossos serenos pés

Navios azuis, navios brancos margeando o dourado atracam e desatracam
desse sentimento tênue...
Tudo que é molhado se concentra nos fios
de nossos cabelos misturados às estrelas da terra pura

Eu sei e não sei onde fica o embrião de todos os belos encontros
e sonho com ela, sonho com as borboletas que sobrevoam os continentes,
com as borboletas que beijam as águas

Vem aragem rosada de aves bailarinas, rechear meus olhos comuns
de esmaltes e batons vindos da mística esperança

(edu planchêz)

terça-feira, 14 de junho de 2011

o que não se esconde por nada


Nenhuma idade, esse corpo, nenhum corpo, todos os corpos...
de longe e de perto venho. de longe de perto vens
Abro um livro , um campo de trigo, um céu de girassóis
para que caminhemos dadas as mãos rumo a nós mesmos,
rumos aos iluminados frutos da canção de Lô Borges que ora ouço

Essa essência indigina nos une, nos une o inusitado, o segredo, o secreto,
o milagre, o que não se esconde por nada

(edu planchêz)

ENDEREÇO CERTO ( ? )


É fácil julgar, estar numa nave e não voar para nenhuma voz, perder-se entre festins do turvamento, deixar o irmão de caminho que apenas é diferente com o coração em pedaços amargos

Que a poesia também vem do
delírio está mais do que provado, quando vejo a nuvem de borboletas cobrir os capitães do céu voejar pelas sabiás praças das nossas infâncias...

E eu volto a
infância para nunca mais dela sair
E eu volto aos galhos da árvore mágica
o velho pé de abil)
onde sempre flutuava,
e nem via a maldade que se forma nas estâncias dos que perdem o menino

Essa cara de
bonzinho que dizes eu ter,
foi conquistada com múltiplas andanças,
entre amigos, amores,
balões fantasmas vindos da alegria do fogo efémero,
da sorte de ter nascido sob os quereres das estrelas da fada madrinha
e do grande circo que é o mundo de água e almas

Se nada te digo,
vos falo que há ouvidos hávidos por esse desentranhar que chamas de débil,imagens de psiquiatria e absurdos...
cumprindo
meu papel estou aos delirantes e isso que é a motriz da embarcação que nos move e apoia as história que sustentam o universo

(edu planchêz)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

mijo em teus poemas que nem são poemas




Mijo sobre seus poemas que nada dizem,
mijo sobre a porcaria de vida que você nos propõe
Mijo em cada pingo de sol,
mijo em você

Cidade sem alma de pessoas opacas,
mundo calado sem o rumo das estrelas,
o que ainda faço em ti?

Homens calados, enrustido em suas casacas de escarro,
eu chamo os filhos do mato para roerem seus pés e mãos,
eu chamo a fada da neve e do fogo da terra para arrombar tuas portas egoístas,
eu chamo a víbora e o cão


Poesia, poeta que não incomoda não merece nem ser chamado de verme,
pois os vermes me dão mais sentidos que vossas cabeças tapadas,
feitas para o preconceito e Reis do dinheiro

O vagabundo aqui assina seu nome no coração desse mundo
com letras de sangue,
se aqui estou não para mergulhar no marasmo de vosso conformismo

Por isso mijo em teus poemas que nem são poemas

( edu planchêz)

domingo, 12 de junho de 2011

Você e eu estivemos em todos os concertos do The Doors


Meu carvalho de diamantes cospe os planetas que doravante circundarão o vosso sol, não haverá meias medidas, meus sonhos e vossos sonhos se encontrarão sob a mais alta montanha do Logos, ficarás sabendo de tudo se estiveres aberta (o) ao máximo diante do que chamas de milagre

É a existência rastejando ao longo de nossas costas, é o anel gigante de cera azul cobrindo nossos seres para o sempre e para o nunca pensado

Você e eu dormimos no bojo do piano de cauda
Você e eu estivemos em todos os concertos do The Doors
sem meias e sem luvas, sem querer entender o que dizem essas palavras, nem o que elas não dizem

Compreender é amar o vai e vem das ondas,
é rodopiar nas paletas dos moinhos descritos por Miguel de Cervantes


Meu espantalho de lama sobre por tuas pernas, se agarra em teus pêlos...
e vai além das colunas que nos separaram durante milênios

para nos manjares de tudo que é belo
nos afundar um no outro

Se você perdeu a estranheza de ser raio, eu não perdi,

se você perdeu a carruagem do Grande Circo dos Artores, eu não perdi


Perdida e pegajosa geleia de pimenta,

você encontrará abrigo em meu peito de quase um bilhão de gemidos


(edu planchêz)

a rosa flutuante habitada por mulheres lindas


O leão de sete vezes sete cabeças esparrama suas patas
por todas células dessa casa,
estou tendo uma overdose de Glauber Rocha
e por isso vou montando dragões com cacos de telha
e com a ajuda da tecnologia dessa tela vampira...
e com os fiapos do canto das aves da manhã adulterada
por meus poemas sempre disposto a ir ao marco zero
de tudo que é criado e destruído

Alucinado de manhãs e de noites purpuras
trepo no galho da árvores que Jorge Luiz Borges plantou
nas três bilhões de páginas do livro que nunca será escrito
porque todos os livros já foram escritos
e nenhum livro foi escrito

Manuscritos de Rimbaud atravessam paredes e tímpanos,
chegam na andar carente de minhas costelas,
esbarram no sono da Hidra e fazem o acasalamento do leão
das sete cabeças vezes sete com ela

Barão de munchausen,
venha ver de perto meu espelho, presente de Doutor Parnassu:
entremos nele que ele é"A stairway to heaven
",
a corda para pularmos no precipício dos sábios filmes,
a rosa flutuante habitada por mulheres lindas

(edu planchêz)

A NOIVA POESIA

(para um alguém...)

A noiva poesia deslisa na ponta dos pés,
ela está no centro da sala,
no vórtice do meu livre destino,

vem aos poucos se achegando, ela quer colo,
mas na verdade quem mais precisa de colo sou eu


Essa Rainha bem me conhece,
cirandeia comigo desde de remotas existências;

à luz dos olhos dos alheios pouco ou nada ilumina

os que verdadeiramente querem se entranhar
pelas labaredas da terra


Com o corpo de vidro, com a voz de vidro...
permaneço no centro sedento das coisas,

pronto para despedaçar as almas que chegam do sal

com pedaços de frutas


E eu só falo a verdade,
vivo exclusivamente o verídico,

o estável, o movediço e o imóvel


Se há mais mares do que terras,

serei para sempre o peixe voador

que flutua nas alturas do abissal

e apanha com a menina dos olhos
o inteiro
e o fragmentado

Mais veloz, menos aterrorizador
por meio dos verbos cheguei até ao lôdo e ao lume,
aos anéis calejados das cascavéis,

a espessura magnanima da anciam secóia

Boabás que me digam o que devo fazer com as horas
do dia eterno
sentado espaçadamente
sobre as petalas da violeta de outono,

tenho sono, com os colibrís vou me aninhar

(edu planchêz)

sábado, 11 de junho de 2011

terceiro orgasmo


















Acendo uma fogueira de diamantes vermelhos

no centro da caverna coração,

acento mil fogueiras no núcleo da Terra,

ete espero,
te espero vestido com as roupas que a
quaresmeira usa durante o ano,
com um pote cheio de abelhas e borboletas
para que ponha em cada palavra o pelém e o mel

A nova poesia segue com o fluxo do sangue,

com a vivacidade das águas

e chega até nós carregada de ardentes olhos e lábios brilhantes,

esse é o nosso verão,
os
ibiscos crescem tomando todos os andares da construção,
chegam ao céu e a lua


Sou apenas um jovem poeta ditando sílabas
para o sereno saborear o que sinto diante do sentir


Minhas vestes agora
orvalhadas refletem o que a noite única despeja
sobre os cumes dos nossos cantares

E é chegado o futuro,
presente sem fim plasmado por todos os pensadores,
por todas as mulheres na hora do terceiro orgasmo


(edu planchêz)

Faço o que há de se fazer quando se amanhece...





"Antes do sol derreter as unhas desse meu pássaro pulem os muros" (Zé Ramalho)


Faço o que há de se fazer quando se amanhece...
e vou esticando meus arcos de vermelho real sobre as coisas, sobre mim mesmo, sobre o meu novo amor

Dourada alma que me chama do frio,
ouça a prece dos passaros guadiões do tempo.
ouça a minha voz cruzar os milênio,
de frente para tras, de tras para a frente

Quezera compreender o que se passa,
quizera dizer ao luar os nomes de todas as estrelas

(edu planchêz)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

sou porto


Sou porto,
meus navios sabem onde chegam,
há muito que prendi correntes neles

tenho trabalhos à realizar
não posso viver com naúfragos
(eu fui um)
hoje finquei meus pés na raiz mor do planeta

se assim não o fizer, afundo com eles...
fico com essa dor no peito,
morro antes da morte me querer

(edu planchêz)

Um artista existe e não existe sem público


Um artista existe e não existe sem público, um poema, um conto, um romance... sem a claridade dos olhos do leitor geme, se degenera no fundo gélido de qualquer coisa que possamos chamar de gaveta (edu planchêz)

domingo, 5 de junho de 2011

( jardins de amores-perfeitos apinhados de cores alvejantes e longínquas)



Isso foi o que o meu coração e o fogo conseguiram fazer nesse chuvoso frio sombrio dia:
macarrão parafuso com ovos cenouras estilhaçadas
cebolas alhos...finas ervas embebidas em molho de shoyo,
uma salada das mesmas irmãs cenouras...
irmãos tomates brilhantes...folhas de alfaces...

Comida rápida para um homem lento...
o combustível mágico
pós falar com a bela Thêresa Brahm
( mulher sem medidas, de formas delicadas,
delicada feita a tarde invernal que se espalha lúdica
sobre ela e sobre os sonhos de meus irmãos e irmãs
que vivem à margem
do vale do rio Paraíba do sul
e das cromagens superiores
da serra da Mantiqueira)

Sou tão feliz com esse pouco,
com esse muito...
com essa canção que ouves
sob a lareira, sob os cobertores da mais fina lã,
sob a fogueira dos hipps que Cazuza andou cantando

Saudade dela tem esse que ela viu diante de uma tela virtual
se exibindo,
largar o que mais lindo compreende ter

Os seios, os olhos, as maçãs e carambolas do rosto...
da moça que não possuí fronteiras,
que ouve "a menina dança" e
"Back in Bahia",
que me ama e eu à amo para além de todos os oceanos
e montanhas e ruas e corpos e casas e jardins
( jardins de amores-perfeitos apinhados de cores alvejantes e longínquas)

(edu planchêz)




sábado, 4 de junho de 2011


"No passado, colocava-se em volta dos acampamentos um anel protetor de tochas,
o qual representava uma defesa contra animais selvagens ou contra ataques de inimigos."



domingo, 29 de maio de 2011

o pão transcendente que se oculta nas dobras das tripas do que ainda não provei


os livros que não li e que li,
permanecem quietos e em ebulição nas carnes das mãos
do destempo que traz e leva os pássaros

Nesse nome que tenho moro e não moro, minha casa é a imensidão e o cantinho da saleta
onde minha avó guardava os cristais


Os sabores e os gatos vinham da cozinha,
do fogão milenar que fritou e assou nosso futuro,

nossas lágrimas que um dia rolariam pós a partida

de nossa mãe e de nossa avó

Roubo do passado um pedaço de bolo,
um naco de queijo,
algumas folhas de alface,
o pão transcendente que se oculta nas dobras
das tripas
do que ainda não provei

E quem sou para fica rabiscando na atmosfera
as coisas íntimas de nossas vivencias,
com que direito faço isso?

O frio do quase findo mês de maio
passeia
por essa casa que no dia de hoje

apenas meu solene corpo habita


(
edu planchêz)

Tudo e nada por um beijo interminável

(para Julia Chaves)

Nós, os anjos de asas negras douradas abrimos vastos braços e pernas,
abraçaremos doravante todas manhãs noites
da rainha existência almíscar selvagem


Tudo e nada por um beijo interminável...

todas as uvas da Terra e do sol de Orfeu e Dalila

se esparramam por nossos corpos,
pelas luas de licor azul esverdeado
que Anais Nin espalhou em
nossos sexos e línguas

E um grande sino que não é sino
se veste de guitarra para anunciar
o que não precisa mais ser anunciado porque nós os anjos de asas negras douradas acordamos no momento que Sírius
vertia o Espaço inteiro em leite e chocolate


(Edu Pla
nchêz)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sou menina esfinge, misteriosa, decifra-me ou eu nunca vou te devorar...


Sou menina esfinge, misteriosa,
decifra-me ou eu nunca vou te devorar...
Cato com as pinças dos olhos os grãos que espalho
sob os caminhos de tua pele partida em mim e em ti
pelas nove luas de do planeta que não preciso mencionar.

as vezes apareço com alguma novidade tirada do lixo
Ou um velho disco de vinil.
As vezes canso de ser amável e viro bicho gato imbecil.
mais , ou menos, mistério.

Mas, o que eu não digo, não nem mesmo para mim,
essas são outra dimensões que sei que compreendes.
Trás da distancia não distancia a rosa mais que rosa,
mais que flor...

enfadada ,se quisesse chamar a rosa por outro nome,
não seria ela ainda perfumada, Julieta?
Sou tanto em tantas rosas cores perfumes espinhos indo e vindo...
Pisando os cacos de vidro de mim...
decifra-me,que é para eu parar de me cortar com minha poesia triste.

A rosa que germina das canções nos engole pelos alicerces
destroça os muros, desfralda o cinema contido em nossos lábios volumosos de tanto nos beijarmos,
de tanto sugarmos um ao outro diante das estrelas sedentas por mar,
diante das crianças que passeiam
pelo o espaço prontas para (por meio de nós)
se edificarem cá nas aparições do dia e da noite


Juntos , meus mistérios se diluem na canção
sendo várias , aprendo:quem me decifra sou eu
um pouco por dia suturando os rasgos da poesia,
que é quem me devora. (?)
EU!

domingo, 8 de maio de 2011

OSHO, um grande irmão e mestre, muitas saudades



"Quando eu me for, por favor lembre-se de mim como um poeta, e não como um filósofo.
É claro — não estou escrevendo poesias em palavras. Estou escrevendo num veículo mais vivo — em você.
E é isso que toda a existência está fazendo."

(OSHO, um grande irmão e mestre, muitas saudades)

sábado, 7 de maio de 2011

o ventre desenho de Julia Chaves



Saio do ventre e volto para o ventre,
movimento sem fim
entre eu e a mulher sem fim,
entre eu a caverna onde é gerada
toda a ebulição
apinhada de mágicos lobos
e bosques nevoentos

Rajadas de ventos curvilíneos
nos arremeçam sob as camadas
fronteiriças da visão
e da não visão:
chamas carmins da carne,
violetas sempre eretas

O ventre desenho de Júlia Chaves
sob meu tórax explode
gestando bilhões de ventres,
bilhões de linhas vivas,
vastas e altivas bocas
que se beijam longe
do tempo do passageiro relógio,
dentro e fora do tempo da chuva
e das pancadas alvejantes das marés
sobre as pedras de nossas peles acesas

(edu planchêz)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um dia a gente some
















Um dia a gente some,
uma noite alguém divulga que não estamos mais no arredores
do planeta,
nas engrenagens do corpo,na sala, no quarto...

E para onde fomos?
Para os pigmentos centrais das carolas das hortências,
para as eflúvios dás águas submersas
nas pedras que foram feitas as estátuas,
paras as carnes das folhas do boldo,

para as raizes das sombrias árvores...

Um dia, aqui não mais estamos,
nossa voz não é mais voz,
nossos pés não são mais pés, e o que restou?
Por não ter a resposta dobro o que aqui foi falado
e atiro nas labaredas de um algo que não sei dizer se é fogo


(edu planchêz)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Nas camadas pontiagudas



Nas camadas pontiagudas sento-me,
sento-me na escuridão e risco um fósforo em meu próprio braço,
nas asperezas de um de meus rostos...
sua luz quase brasa ilumina a casa,
ilumina as pequenas coisas que juntei durante
toda uma vida

Crescem as tulipas e os cravos, meu compromisso é com o vento,
com as caríssimas árvores,
com aqueles que amam o os piscares da lua

Não me venha com o seu dominante relógio,
com as páginas limpíssimas de seu calendário ditador:
meu sono é sagrado, minha ação é precisa,
no momento que ela tem que ser precisa

(edu planchêz)

uma espécie de vampira inconsciente




A chuva desabou forte sobre a cidade do Rio de Janeiro,
enquanto eu recebia a visita de um alguém que morre de medo de baratas...
e nem percebi que a chuva inundaram as ruas da Tijuca e de outros bairros...
Acho que sou uma barata, um Franz Kafka atordoado por uma mulher carente,
extremamente carente, uma espécie de vampira inconsciente,
que me pede o tempo todo para ficar do lado dela

Televisão ligada, quatro e quarenta e três da madrugada,
eu aqui sentindo saudade da minha solidão,
do meu lobo da estepe,
da minha barata que tive que matar por imposição

Mas logo amanhece e novamente me verei livre
porque a tal pessoa seguirá seu caminho que não é certamente o meu

( edu planchêz)

sábado, 23 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Amanhecendo na estrada dos Bandeirantes



Amanhecendo na estrada dos Bandeirantes,
tive que vir de Copacabana de transporte alternativo,
era alta madrugada, não havia quase nenhum ônibus circulando...

Hoje Flá Perez disse a um amigo seu, que minha poesia
se parece com a poesia de Ana Cristina Cesar,
ela foi muito exáta porque no dia que Ana Cristina Cesar,
tive um despertar e rasguei todos os poema que até então
havia tentado escrever...
me senti pequeno e bobo diante da magistral arte
daquela mulher

Juro que me senti um nada diante de seus poemas,
foi um choque, um estado de inveja,
me senti impotente e inútil
e ao mesmo tempo desafiado
a cometer verdadeiramente o poema

(edu planchêz)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nas escarpas do mais íngrime


Com pedras salinizadas construo uma mesa para abrigar os poemas
que amo, os poemas que ainda hei de ler, os poemas que nunca li,
os poemas que nunca existiram e jamais existirão

Platão se aqui estiver há de se pronunciar:
diante dessa tábua, diante dessa esfinge...
nada conseguirá calar-se

Que se levantem as vozes dos que nunca falaram
Que se levante os que nunca se consideram vivos
Que se levantem o que veio da morte e para ela voltará

Meu corpo mais que quente
ultrapassa todos os limites da dor e do prazer
e cai no no deserto mais radical,
no paraíso mais absoluto

Durma, sonho meu,
entre os vãos das árvores
que nascem nas escarpas do mais íngreme

(edu planchêz)

entorno da anatomia da mulher que desejo








A cabeça do Dragão
me chama para conhecer a pequena pérola do Oriente, posso vê-la nos arredores da televisão, nos cardápios dos livros,
nas imagens que ora projeto sobre os degraus do número 8
( 8: símbolo de boa sorte para os chineses)

A cidade de Xangai é aqui essa pérola
construída sobre o corpo da lama...
mas mudarei de assunto
porque não lido com uma sabatina de história geografia,
mas sim, por ser poeta com um pequeno poema
que aportou ao ocaso nesse assunto,
e o uso como gancho para poder
bordar meu caminho, minha trajetória em torno de mim mesmo,
entorno da anatomia da mulher que desejo,
da existência terrena a mim confiada

(edu planchêz)